Fazer um passeio até a região do Mar Morto quando se vai a Israel é um clássico, mas há mais a se fazer por lá do que só boiar em suas águas extremamente salgadas ou visitar as ruínas de Massada (fortaleza construída por Heródes, para onde Davi fugiu).
A 35 km ao sul de Jerusalém e 35 km ao norte de Ein Gedi, ou seja, no meio do caminho, estão as cavernas de Qumrán, onde os manuscritos do Mar Morto foram encontrados.
É um lugar imperdível, mas percebi – e não sei bem o porquê -, que não é uma opção muito explorada pelos turistas brasileiros e portugueses, que passam em frente e não vão até lá visitar. Só posso acreditar que seja por puro desconhecimento da maioria e por isso resolvi escrever este post.
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Os manuscritos do Mar Morto
Durante quase 2000 anos existiu na região de Qumrán um assentamento essênio, formado basicamente por uma comunidade de homens que esperavam pela chegada do Messias, e foi justamente nesse lugar que, em 1947, um grupo de pastores encontrou vários vasos de barro que continham rolos e fragmentos de pergaminhos dessa que foi uma das maiores descobertas arqueológicas do século XX: os Manuscritos do Mar Morto.
Foram encontrados espalhados por 11 cavernas cerca de 950 pergaminhos e 11 papiros, escritos entre 200 a.C. a 68 d.C.. Com exceção do Livro de Ester e do Livro de Neemias, foram encontrados partes de toda a Bíblia, além de Livros apócrifos e textos que explicavam o modo de vida daqueles que viviam ali. O Livro de Isaias, por exemplo, foi encontrado praticamente inteiro, num rolo com 7 metros de comprimento!
Atualmente, a maior parte desse material se encontra muito bem guardado no Museu de Israel, em Jerusalém, e uma pequena parte dele está exposta aos visitantes.
Não preciso nem dizer que é uma visita super recomendada também, né?!
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Nós chegamos lá de carro, vindo de Ein Gedi para Jerusalém. A visita não é muito demorada, porque apesar da imensa importância que o local tem, a área que visitamos é pequena e apenas uma das cavernas, à princípio, está aberta ao público, mas estava fechada justamente no dia que fomos, 🙁
Depois de comprar os ingressos, claro, somos levados para uma sala onde um vídeo curto conta a história do local. No final, a tela se abre e encontramos um micro museu com algumas peças e reconstruções de partes das cavernas. Depois disso saímos na área das ruínas, onde a comunidade essência vivia.
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Nas ruínas, caminhando por umas passarelas, podemos observar áreas que serviam para banhos rituais, cisternas, um refeitório e uma área na qual se acredita que foi onde os manuscritos foram escritos, uma espécie de escritório.
Para que sua viagem seja mais proveitosa, aconselho que vá com um guia, pois, caso contrário, muito do local passará desapercebido.
Nós não tínhamos um, mas, por sorte, um casal espanhol estava lá com guia e chegou junto conosco, logo, pudemos usufruir das explicações dele, que nos valeram muito.
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Informações práticas
– Endereço: Estrada 90 – Qumrán
– Horário: de 8h às 17h no verão e das 8h às 16h no restante do ano. Atenção às sextas, pois a visitação acaba às 15h, com a última entrada às 14h.
– Preço: 29 ILS
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Se quer se aprofundar mais sobre os manuscritos do Mar Morto, uma boa ideia é visitar o site Dead Sea Scrolls Digital Project, feito através de uma parceria do Google e o do Museu de Israel, que vem digitalizando os manuscritos e os colocando a disposição do grande público.
Não deixe de ler as nossas outras dicas de Israel quando estiver planejando o seu roteiro.
Boa viagem!
Ana Catarina Portugal é a criadora e editora-chefe do blog Turista Profissional, relatando as dicas e experiências que teve nos mais de 60 países por onde já passou. Também escreve sobre viagens para revistas especializadas, é professora de artes, filósofa formada e mestre em História da Arte.
Oi Ana!
Este site está atualizado?
Qual site? O meu? Sim! Por quê?!
Oi, Ana! Uma dúvida, as cavernas não são em território Palestino? Não há problema em chegar lá de carro pela estrada 90 ou pela 1? Parabéns pelo Blog, muito esclarecedor e útil! Obrigado.
São. Problema nenhum.
Olá Ana,
Tive a mesma dúvida do David sobre a fronteira para entrar na Palestina. Vocês não foram parados no meio do trajeto?
Abs
Sim, mas nada demais. Conferiram os documentos do carro e nada mais.
Entendi. Obrigado pela resposta!
Já quando vocês foram para Belém, vocês precisaram de ir com um guia para lá, certo?
Estou perguntando porque pretendo alugar carro na minha viagem para Israel e gostaria de saber com certeza quais lugares podemos ir e quais não podemos.
Exato. Pra Belém fomos com guia. De carro alugado não dá para ir, mas é possível ir de ônibus. Optamos ir com guia, pois além da praticidade, ainda fomos a Jericó e outros pontos. Boa viagem