Vamos continuar o relato sobre a viagem de Luciana Console a Cuba, agora com o roteiro de 2 dias em Santiago de Cuba.
Luciana passou mais de 10 dias descobrindo os segredos da ilha caribenha.
Ela começou por Havana, passou por Trinidad e agora chegou a Santiago. Não deixe de seguir essa viagem aqui no blog, porque está maravilhosa!
Veja os posts anteriores:
Agora, vamos descobrir Santiago!
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Roteiro de 2 dias em Santiago de Cuba
Após embarcar às 8 horas da manhã em um ônibus na rodoviária da Via Azul em Trinidad, enfrentei cerca de 12 horas de viagem rumo à Santiago de Cuba, uma das maiores cidades da ilha e que fica localizada na parte oriental.
Ela nem sempre está no roteiro das pessoas justamente por ser mais afastada dos destinos tradicionais, mas eu queria aproveitar ao máximo minha viagem para Cuba.
O trajeto foi cansativo, mas correu tudo bem. O ônibus é bom e o motorista faz várias paradas durante o caminho. Inclusive na parada para o almoço, em um restaurante na estrada, o ônibus quebrou e acabamos tendo que esperar uma hora até ele ser consertado.
No fim deu tudo certo, mas é importante a gente entender que isso não é raro e se eu tivesse algum compromisso em Santiago poderia ter me prejudicado.
Confira => Passeios em Cuba
Cheguei em Santiago por volta das 22 horas e na rodoviária já havia um homem com um papel grande nas mãos escrito o meu nome. Isso porque a Yoli, dona da casa em que fiquei em Trinidad, havia reservado para mim uma acomodação que ela conhecia na cidade.
Fui até o homem, que se chama Pablo, confirmamos a acomodação e segui com ele até um senhor taxista, que era o pai dele, por 3 CUC.
Ao chegar na casa ocorreu um episódio um pouco estranho… Eu havia reservado a casa da Rita, mas, ao entrarmos na casa, o Pablo me apresentou a esposa dele e aí me explicou que a Rita é prima dele e que ela havia tido um problema com a acomodação. Eu ficaria então, na casa do Pablo e da esposa pelo mesmo valor: 20 CUC a diária com café da manhã.
A família era legal e estava tarde da noite, então não questionei, mas não gostei muito, pois não foi a casa que eu reservei, ou seja, que a Yoli de Trinidad me recomendou. Mas, enfim, fiquei por ali mesmo.
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Eu estava com fome, mas era bem tarde e confesso que fiquei receosa de andar pela cidade sozinha sem conhecer nada.
Diferente de Havana, onde eu cheguei de dia, então pude me habituar, e de Trinidad, que eu cheguei à noite, mas a cidade é minúscula, Santiago é uma cidade maior e eu não queria fazer um “reconhecimento de área às 23 horas da noite”.
Depois eu me arrependi, pois teria sido super tranquilo. Acabei dormindo com um pouco de fome, mas estava muito cansada mesmo, então ok, no dia seguinte eu conheceria a cidade!
Leia também:
- Dicas de Cuba para quem vai a primeira vez
- Roteiro de 12 dias em Cuba
- Preços em Cuba: quanto se gasta em uma viagem para lá?
Roteiro de 2 dias em Santiago de Cuba – Dia 1
Acordei, tomei café da manhã (que confesso ter sido mais ou menos, em comparação com ao das outras casas particulares) e fui andar.
A casa ficava a uns 10 minutos a pé do centro de Santiago e as ruas por ali não eram planas iguais das outras cidades em que fiquei. Tem um sobe e desce danado em muitas ruas de Santiago de Cuba!
Caminhei muito e consegui passar por bastante pontos turísticos de Santiago de Cuba só no primeiro dia.
Da casa, logo cheguei ao Parque Céspedes, referência da cidade e por si só uma atração. É uma praça bem agradável, com plantas e muitos bancos, ótima para servir de ponto de encontro entre as pessoas. É também um dos principais pontos de Wifi da cidade.
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Ao redor, encontram-se diversos edifícios antigos e de grande importância histórica, como a Catedral de Nuestra Señora de la Asunción, o Hotel Casa Granda, o Prédio do Governo (onde Fidel Castro anunciou o triunfo da Revolução da varanda) e a casa/museu de Diego Velázquez, considerada a casa mais antiga de Cuba.
Confira => Passeios e atrações em Santiago de Cuba
Dali, andei pela Rua Enramadas, que é uma rua turística bem extensa e não passa carro por ela. Ao final da caminhada pela rua Enramadas, chega-se à Plaza de Marte, onde fica o busto de José Martí.
Na volta ao Parque Céspedes, parei no Balcón de Velázquez, que é um tipo de mirante, enquanto aguardava o horário de abertura do museu na Casa de Diego Velázquez.
Ali, enquanto descansava em um banco observando a vista, um senhor muito simpático começou a conversar comigo e praticamente me deu uma aula de história!
O nome dele é Jimmy e ele é guia turístico dali e também guia particular pela cidade, então caso queira alguém, procure ele no Balcón de Velázquez! Antes de ser guia, Jimmy trabalhava como professor, por isso seu conhecimento tão rico em detalhes históricos de Cuba.
Durante a boa conversa, que chegou ao assunto de “como é viver em Cuba”, ele indicou lugares para dançar salsa, para comer e até acomodações em Baracoa. Claro que ele ganha comissão, ele mesmo admitiu, mas não vi problema, pois as recomendações eram boas mesmo e é um modo dele ganhar a vida também. Ele também foi o responsável por me arranjar um rum de Santiago por um preço bacana… 🙂
Depois do papo, fui até a Casa de Diego Velázquez. Além da própria casa, que é bem antiga, há móveis, quadros e objetos da época em exposição e tem que pagar para entrar.
Acabei trombando com Jimmy na rua depois da visita no museu e ainda fomos tomar um café juntos. Já pensando em voltar para a casa e descansar para aguentar a noite, dei só um pulo nas escadarias Padre Pico, que levam até o bairro Tivoli, o mais alto da cidade.
Descansei na hospedagem e no início da noite fui ao centro para jantar, mas antes dei uma passada no Malecón de Santiago. Não tem comparação com o de Havana, mas é bacana para avistar toda a Sierra Maestra, que fica bem ali na frente.
Fiquei um tempo ali observando a paisagem e os cubanos se divertindo no final da tarde, quando resolvi ir comer no restaurante sugerido por Jimmy, o Sabor Cubano, na região do bairro Tivoli.
Ter seguido a recomendação do Jimmy foi uma das melhores decisões que tomei em Santiago, pois foi ali que eu fiz grandes amizades. A comida do restaurante também é muito saborosa e bem servida e a conta no total deu cerca de 12 CUC.
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Pois bem, estava eu ali finalizando o jantar quando um rapaz cubano começa a conversar comigo. Ele era sobrinho da dona e a ajudava no restaurante, mas estava de folga naquele dia e estava comendo na mesa atrás de mim com um amigo dele, que era estadunidense.
Papo vai papo vem, perguntei lugares para dançar salsa e ele comentou que o amigo também queria conhecer um e ele já ia levá-lo. Acabamos combinando então de ir os três para a Casa de las Tradiciones, que o Jimmy já havia citado, inclusive.
A Casa de las Tradiciones é um lugar que não toca salsa necessariamente, mas um estilo de música mais local, que se parece com salsa. Havia banda ao vivo quando chegamos ao lugar, que é pequeno e tem que pagar 1 CUC para entrar.
Ainda era “cedo” (umas dez da noite) e nós praticamente fomos os primeiros a chegar. Só havia uma única pessoa na porta conversando com o rapaz que cobrava as entradas, um rapaz cubano que acabou entrando pra nossa turminha da noite. Só ficou nós quatro na casa, então eu dancei com eles e foi bem divertido, já que o novo integrante do grupo dançava muy bien!
Nosso grupo ficou formado, então, por dois cubanos (que ali na hora mesmo descobrimos que um tinha sido professor do outro na escola!), eu e o estadunidense (que mais parecia cubano, por conta da ascendência caribenha).
De lá, o cubano mais novo, que conhecemos por último, nos levou até uma balada chamada La Pachanga, onde um grupo de salsa também se apresentou. O valor da entrada era 5 CUC e era um lugar bem maior e mais cheio.
Detalhe para o ar-condicionado tão forte que eu passei frio! Foi um rolê bem legal, haviam vários casais dançando salsa e algumas pessoas agitando lá na frente do palco puxando uns passinhos.
Confira => Passeios em Cuba
Já eram umas 3 horas da manhã quando saímos de lá, mas o nosso amigo cubano ainda nos levou até uma outra balada onde estava tocando reggaeton e afro house.
Desta vez, o grupo se tornou 3: eu, o estadunidense e o cubano mais novo baladeiro (sim, porque era ele quem estava levando a gente pra todo lugar).
A amizade se estreitou ali e no dia seguinte combinamos os 3 de ir até o Castillo del Morro e o ponto de encontro ficou sendo o Parque Céspedes.
Roteiro de 2 dias em Santiago de Cuba – Dia 2
O Castillo del Morro é uma grande fortaleza à beira do mar a cerca de 12 km da cidade. Desta vez não daria pra fazer o passeio a pé, então pegamos um táxi até lá e aproveitamos para unir com uma visita ao Cemitério onde está enterrado Fidel Castro, além do José Martí.
O cubano foi quem arranjou o táxi pra gente, que nos cobrou 30 CUC pra fazer tudo. Eu confesso que achei caro, mas acabei aceitando. Eu ia dividir com o estadunidense os gastos do dia e ficou subentendido que, apesar de o cubano não estar sendo um guia oficial, nós bancaríamos a parte dele no rolê, até porque ele não tinha dinheiro e estava sem emprego no momento.
Ele trabalha com apresentações artísticas nos hotéis e a temporada ia começar no mês seguinte somente. Porém, de forma geral, em Cuba, as pessoas geralmente não tem dinheiro sobrando assim mesmo, constatei em vários momentos.
Você vai gostar de ler: Qual a melhor época para viajar para Cuba?
O taxista nos levou primeiro ao Cemitério do Fidel Castro, pois pelo horário pegaríamos a apresentação da troca da guarda. É interessante, mas eu só conseguia pensar no calor que os soldados deviam sentir com aquela roupa toda embaixo do sol cubano do meio dia!
Para ver o cemitério todo tem que pagar, mas os túmulos de Fidel e José Martí estão logo ali na entrada, então chegamos pertinho e foi gratuito essa parte.
Dicas => Passeios e atrações em Santiago de Cuba
De lá, o taxista nos levou ao Castillo del Morro em uma viagenzinha de meia hora. O carro estaciona próximo e a gente vai caminhando até chegar na entrada da fortaleza. Ali na rua de acesso tem tendas de artesanato, restaurante e uma lojinha com bugigangas e comida.
Dica: aproveite para comprar água ali, pois dentro do castelo em si eu não vi bebedouro e nem água sendo vendida e o calor do lugar vai exigir, acredite!
A entrada é 4 CUC, com guia é 5 CUC, mas o guia vai só até uma sala ao lado onde tem uma maquete e explica brevemente a história do forte. Depois, fica-se livre para andar por todo o castelo.
Andamos tudo, o que cansou bastante, pois era pleno sol do meio dia e havia bastante escadas. Meu amigo estadunidense “me xingou” várias vezes porque fui eu quem inventei de andar todo o castelo… rs
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Voltamos para Santiago, onde o nosso amigo cubano nos levou para comer uma pizza em um lugar que tinha wifi de graça. Sim, wifi de graça sem precisar usar a “tarjeta de internet”! Algo meio inédito por lá.
A pizza não era das melhores, mas pelo menos era grande, barata e até que saborosa. O bar/restaurante se chama Caffe Roma e tem comida chinesa também.
Quando saímos já era quase final da tarde e estávamos muito cansados de tanto andar, então cada um foi pra sua casa descansar para sairmos à noite.
Por volta das 20h, nos encontramos no Parque Céspedes e fomos comer no Hotel Casa Granda, que fica ali no próprio parque e possui um bar/restaurante no primeiro andar.
É um daqueles grandes hotéis, sabe? Mas a parte do restaurante é aberta aos não hóspedes. Vale a pena, o valor não é caro, apesar de o lugar aparentar luxo. Tem lanches, refeições, bebidas, sorvete (Nestlé), café… dá pra se alimentar bem lá com uma vista bastante agradável, inclusive.
Dali, fomos até La Claqueta, um lugar de dançar salsa ali mesmo em uma das ruazinhas que saem do Parque Céspedes, mas estava muito vazio por ainda ser “cedo” (umas 22 horas de um sábado). Então saímos e fomos novamente à La Pachanga.
Porém, desta vez o rolê era diferente. Nosso amigo cubano explicou que o lugar é estatal, então, dependendo da noite eles cobram a entrada em CUP, que foi o caso desse dia.
Acontece que nem nós e nem o cubano tínhamos a moeda nacional no momento. Tivemos que fazer uma pequena via sacra para conseguir trocar. O cubano tentou comprar algo e pedir o troco em CUP, mas não rolou. Depois, tentou trocar o nosso CUC com umas pessoas na rua e acabou dando certo.
Aí sim voltamos para La Pachanga e conseguimos entrar. Esta noite acabou sendo só de reggaeton e praticamente só tinha nós de estrangeiros lá. Mas, como nosso objetivo era salsa, não ficamos muito e partimos para outro lugar.
É engraçado observar como eles consomem de fato o rum cubano. Havana Club é como se fosse o nosso Velho Barreiro aqui no Brasil ou as vodkas e cervejas.
Entenda a diferença entre as moedas em Cuba (CUC e CUP):
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Que tal já chegar ao seu destino já conectado? O chip da America Chip tem planos de dados ilimitados, que funcionam em mais de 200 países. Bom, né?!Esse outro lugar foi bem inusitado. Era uma casa com um letreiro de PIZZARIA e só. Havia um segurança na porta e entramos, subimos dois lances de escada, abrimos a porta e lá estava a balada!
O lugar era um pequeno salão/restaurante, não estava cheio, havia um balcão e algumas mesinhas estofadas espalhadas. A pista de dança era um espaço ali no meio. Estava tocando salsa e bachata e havia aquelas luzes coloridas de balada mesmo, mas não parecia uma balada em si mas, sim, de fato, a “pizzaria” com música e luz diferente.
Bom, como nosso amigo cubano era um ótimo dançarino de salsa, eu nem liguei, afinal, dancei bastante com ele e me diverti muito!
Dali, fomos embora a pé no meio da madrugada até a casa em que eu estava, onde me despedi dos meninos, dessa vez com um adeus de verdade, já que eu iria embora da cidade pela manhã. Confesso que foi triste, pois, apesar de breve, foi muito bacana essa amizade santiagueira.
Os donos da casa particular em que fiquei em Santiago não me deram chave própria, então, toda vez que eu voltava tinha que tocar a campainha. Eles afirmaram que não havia problema com horários, mas confesso que foi desconfortável voltar de madrugada.
Neste caso, toquei a campainha da casa às 5 da manhã e o Pablo demorou muito para abrir. Claro, ele estava dormindo… e esse foi o momento que mais me senti mal, afinal, cheguei bem tarde (ou cedo, né?), mas era uma escolha dele não dar a chave, então ok.
Como precisava estar 7:30 horas na rodoviária, nem dormi. Entrei, arrumei as coisas, tomei banho, café da manhã e parti no táxi para a Via Azul, onde pegaria o ônibus para Baracoa.
E assim terminou o meu roteiro de 2 dias em Santiago de Cuba.
Não deixe, então, de ver meu próximo post, que será sobre meu roteiro de 2 dias em Baracoa.
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Boa viagem!
Texto e fotos: Luciana Console
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