Quer dicas de um roteiro pela Chapada dos Guimarães? Estive de passagem por lá, quando estava a caminho de Nobres. Resolvi incluir a Chapada dos Guimarães no meu roteiro e com certeza foi uma das melhores coisas que fiz.
Pena que eu tinha pouco tempo para essa viagem – apenas 10 dias -, e tive que dividi-los entre Chapada, Nobres e Cáceres, que também incluí no meu roteiro por causa da dolina Águas Milagrosas, que eu queria muito visitar, e dessa forma o tempo acabou ficando curto.
Reservei apenas dois dias para a Chapada dos Guimarães, mas confesso que, chegando lá, fiquei com vontade de ficar mais tempo. Com certeza vou voltar!
A cidade de Chapada dos Guimarães é uma gracinha, tranquila e com uma praça e uma igreja no centro, com restaurantes e barraquinhas vendendo comidas e artesanatos. Eu amo esse clima do interior!
Além disso, as opções de passeios na Chapada dos Guimarães, com diversas atrações naturais, são muitas e com certeza preenchem um roteiro de pelo menos 7 dias, tranquilamente!
Aliás, ando muito apaixonada por todos os lugares do Brasil por onde tenho passado, em especial na região Centro-Oeste. As paisagens são de tirar o fôlego!
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Como chegar à Chapada dos Guimarães?
Chegar à Chapada dos Guimarães é bem fácil, já que ela fica bem pertinho (aproximadamente 1h20) de Cuiabá, a capital do Mato Grosso.
Reservei um carro com antecedência e concluí o aluguel com a agência ainda no aeroporto internacional, que fica em Várzea Grande. Depois de pegar o carro, tracei o percurso no Google Maps e ele indicou o caminho, acessando a BR 251, que me levou até a entrada do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães e, posteriormente, à cidade.
Foi muito tranquilo, não há mistério.
Se você fizer uma viagem para a Chapada dos Guimarães apenas e não quiser alugar um carro, há a opção de ir de ônibus. Há ônibus saindo de Cuiabá com intervalos de 1h30 a 2h.
Se você não estiver planejando dar um pulo também em Nobres, o ônibus será uma boa opção, já que na Chapada você pode contratar os guias já com os carros.
Mas se estiver pensando em esticar até Nobres (e eu sugiro que faça isso, porque Nobres é imperdível!), então é aconselhável o aluguel do carro, já que não há ainda uma infraestrutura turística tão desenvolvida e você precisará do carro para chegar aos pontos turísticos da cidade.
Roteiro pela Chapada dos Guimarães (2 dias)
Como o tempo era pouco e as opções de passeios eram muitas, tive que fazer um esforço danado para deixar de fora tanta coisa linda que estava nos meus planos. Mas… fazer o quê?
Escolhi fazer o passeio para a Cidade de Pedras e Rio Claro no primeiro dia e o Circuito das Cachoeiras no segundo.
Foram experiências inesquecíveis!
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Roteiro Chapada dos Guimarães – dia 1
No meu primeiro dia de roteiro pela Chapada dos Guimarães, fui conhecer o Rio Claro, o Poço das Antas e a Cidade de Pedras.
Vale do Rio Claro e Poço das Antas
Na manhã do meu primeiro dia na Chapada dos Guimarães, fiz um passeio dentro do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (Patrimônio Mundial da Humanidade reconhecido pela Unesco). Visitei o Vale do Rio Claro – com direito a flutuação no Poço das Antas e no Rio Claro.
Para chegar ao início da trilha, há duas opções: ou de 4 x 4 ou em carro próprio. Se você não estiver com um carro 4 x 4, não poderá chegar tão pertinho das atrações: será preciso andar cerca de 5 km a mais (na ida e na volta).
Por essa razão, nesse dia deixei meu carro alugado na pousada e contratei um guia credenciado, o Domingos Pires (excelente!), que me levou até o local no seu veículo (4 x 4) e assim evitei 10 km de caminhada. Só caminhei os trechos necessários para chegar às atrações.
Você pode pesquisar neste site e contratar os serviços dos guias credenciados para os passeios dentro do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães.
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Crista de Galo
O guia que contratei me levou primeiro a uma caminhada de aproximadamente 4 km pelo vale – lindo, lindo, lindo! -, onde pude observar a vegetação bem verdinha do cerrado e alguns animais da região (principalmente aves; as araras estão por toda parte e voam livremente por lá), até chegar à primeira formação rochosa que vi no trajeto daquele dia: a famosa Crista de Galo.
O nome não é à toa: ela parece uma Crista de Galo que salta do verde do cerrado; a vista é panorâmica e imperdível.
Poço das Antas
Saindo da Crista de Galo, o guia me levou até o Poço das Antas, onde a água é cristalina, e pude parar e fazer uma deliciosa flutuação, me refrescar da caminhada e do calor do cerrado e fazer algumas boas fotos. A quantidade de pequenos peixes nadando no Poço é incrível!
A flutuação foi feita sem colete salva-vidas, apenas com snorkel.
Rio Claro
Depois do Poço das Antas, a próxima parada foi para uma flutuação descendo um trecho do Rio Claro. Para essa atividade, o guia ofereceu colete salva-vidas, mas não achei necessário usar. Desci cerca de 1 km de rio só com snorkel, aproveitando o seu curso e admirando toda a sua beleza. Há trechos onde a água fica azul e outros onde fica verdinha… uma lindeza!
Há pouca incidência de luz solar no rio, uma vez que ele fica dentro de trecho de mata fechada do Vale do Rio Claro, mas os poucos raios solares que escapam por entre as árvores e iluminam as águas do rio criam um efeito visual indescritível. Quase mágico.
Nesse dia – acredite, caro leitor! – esqueci na pousada a capa de mergulho do celular. Então fiquei apenas com algumas fotos que o guia tirou na sua GOPRO. Mas com certeza você vai lá conferir e fazer as suas, certo?
A entrada no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães só é permitida com guia credenciado. Portanto, pesquise os preços com os guias no site que indiquei acima.
- Distância entre o centro da Chapada e a entrada da trilha: aproximadamente 28 km.
- Horário de visita: todos os dias, das 8h às 17h (reserva antecipada no Parque).
Cidade de Pedra
A Cidade de Pedra é, sem margem de dúvidas, um dos lugares mais impressionantes que já vi na vida.
Composta por formações rochosas avermelhadas, que emergem do verde do cerrado e formam o que nos dá a impressão de ser uma verdadeira cidade esculpida em pedra – desenhada pelo vento, pelas chuvas e pelo tempo -, a Cidade de Pedra encanta com sua imponência.
>> Veja também todas as nossas dicas do Jalapão.
Como fica dentro do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, é preciso contratar um guia credenciado para entrar. O ICMBio – órgão federal que administra o Parque – não permite que os visitantes entrem desacompanhados, exceto aos sábados, das 12h às 16h, quando há no local monitores que promovem caminhadas guiadas.
Dessa forma, fica vantajoso contratar um guia para um dia inteiro e fazer os passeios mencionados nesse primeiro dia de roteiro com esse guia.
A trilha não é difícil e é bem rapidinha, tem cerca de 300 metros, até avistar os primeiros picos da Cidade de Pedra.
Dentro da área do Parque, como em qualquer outra região de turismo que ofereça riscos, é necessário obedecer às regras e não ultrapassar os limites estabelecidos pelas cordas. A Cidade de Pedra é formada basicamente de arenito e o solo é instável, podendo haver deslizamentos nos penhascos que formam a paisagem. Para que correr riscos, não é?
Do alto das formações da Cidade de Pedra, pude observar o Vale do Rio Claro, onde brotam córregos e riachos no meio da mata fechada, e onde estivéramos durante a nossa manhã daquele primeiro dia de roteiro pela Chapada dos Guimarães.
O dia foi incrível! Nem preciso dizer o quanto amei, não é verdade?!
- Horário de visita: das 9h às 16h (com reserva antecipada).
O que fazer na Chapada dos Guimarães – dia 2
Em meu segundo dia de passeios pela Chapada dos Guimarães, optei por conhecer a Cachoeira Véu de Noiva e o Circuito das Cachoeiras.
São passeios incríveis e com certeza devem ser prioridade em seu roteiro, mesmo que você, como eu, vá passar poucos dias por lá.
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Véu da Noiva
O Véu de Noiva não faz parte do Circuito das Cachoeiras, mas fizemos as duas visitas no mesmo dia.
Foi a primeira cachoeira que paramos para contemplar. Não é permitido que os turistas entrem na água para se banhar… hum… por que será???
Sim, a foto explica: a queda d’água é imensa e seria arriscado parar para dar um mergulho por lá… melhor ficar só na contemplação!
Todavia, a vista é lindíssima e vale a visita.
Circuito das Cachoeiras
A visita ao Circuito das Cachoeiras é feita por trilhas, em meio ao cerrado, que levam a 7 cachoeiras lindíssimas e a poços verdinhos para dar aquele “tchibum” e se refrescar do calor.
São aproximadamente 6 km de caminhada (ida e volta) para percorrer as trilhas (de nível leve a moderado) que levam às cachoeiras. O circuito leva em média 5 horas, mas claro que isso depende muito do ritmo do grupo.
Todas as cachoeiras são tão lindas e os mergulhos são tão relaxantes que a gente não sente a distância nem o cansaço. E ainda, de quebra, nos trajetos das trilhas os guias vão ensinando um montão de coisas sobre a vegetação do cerrado e sobre a sua fauna.
Eu queria muito ter visto uma onça, mas ainda não foi dessa vez… rsrs Vou ter que voltar!
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Cachoeira Sete de Setembro
A Cachoeira Sete de Setembro possui uma queda d’água de cerca de dois metros de altura. É bem pequenininha e relativamente rasa. Além disso, a correnteza não é forte, por isso é bastante fácil alcançar o banco de pedras que fica logo abaixo da queda d’água. A massagem natural oferecida pelas águas é deliciosa!
=> Leia também: Dicas de passeios em Bonito
Cachoeira Sonrisal
A pequena cachoeira recebeu esse nome bem pitoresco porque o movimento de suas águas forma uma deliciosa hidromassagem natural de espuma branquinha, como se fosse o Sonrisal a efervescer no copo! Imperdível!
Cachoeira do Pulo
A Cachoeira do Pulo fica ao lado da Cachoeira Sonrisal e tem aproximadamente três metros de altura. Ela forma uma belíssima piscina natural de cor verdinha e, antigamente, as pessoas costumavam pular lá de cima da cachoeira, por isso ela recebeu esse nome.
Depois de alguns acidentes, entretanto, o “Pulo” não é mais permitido… mas o nome está mantido.
Cachoeira do Degrau
A Cachoeira do Degrau, uma das cachoeiras do rio Sete de Setembro, é pequena e possui vários degraus, que se assemelham a uma escada, e uma piscina natural de cerca de 2 m de profundidade.
Cachoeira da Prainha
A Cachoeira da Prainha possui a menor queda d’água de todo o circuito, mas forma uma das maiores piscinas naturais do local, além de uma pequena praia às margens do rio.
Para quem está com crianças ou para quem quer aproveitar o dia relaxando, é um excelente local para fazer uma parada mais longa.
Cachoeira das Andorinhas
Essa é uma das minhas cachoeiras preferidas nesse Circuito das Águas. Excelente oportunidade para tomar aquele banho com água bem geladinha, depois de quase morrer de calor para descer até ela.
É a mais alta de todo o circuito, com aproximadamente 30 metros de queda d’água, e, sem margem de dúvida, é a mais linda de todas, não só pela queda d’água, que é estonteante, mas também pela vegetação que forma toda a paisagem ao redor.
O local parece ter saído de um livro de contos de fadas. Imperdível!
Leia também: => Chapada dos Veadeiros: cachoeiras
Cachoeira da Independência
Localizada a aproximadamente 50 metros da Cachoeira das Andorinhas, essa é a última cachoeira do tour e atualmente só é permitido vê-la do alto: está fechada para a visitação, por questões de segurança.
O que fazer na Chapada dos Guimarães – outras atrações
Como eu escrevi lá no início desse artigo, passei apenas dois dias visitando a Chapada dos Guimarães, então não deu tempo para fazer tudo que eu gostaria.
Entre as atrações que também me deixaram com água na boca, posso citar o Caminho das Cavernas, o Morro São Jerônimo, a Trilha da Morraria… mas essas atividades ficaram para a próxima vez.
Para mais informações, consulte o site do ICMBio.
E então? Gostou das dicas do meu roteiro pela Chapada dos Guimarães?
Comece a montar o seu! Garanto que você também vai se encantar e, assim como eu, vai querer voltar!
Boa viagem!
Evelyn Coutinho de Almeida é formada em Língua Portuguesa e Literatura pela UERJ. Reside no Estado Rio de Janeiro, onde trabalha como professora. Apaixonada por culturas, histórias, viagens e fotografias, é “tripulante” frequente das aventuras do Turista pelo mundo. Com um currículo de mais de trinta países já visitados, escreve como colaboradora do blog desde maio de 2012.