Paneleiras: patrimônio cultural do Espírito Santo

Quando fomos convidado pela Secretaria de Turismo do Espírito Santo para conhecer as belezas do estado, durante a blog trip #descubraoES, um dos locais que visitamos foi o galpão das famosas paneleiras.

Eu já conhecia a fama delas e as panelas de barro não são novidade para mim, eu tenho até algumas em casa, mas compradas aqui mesmo no estado do Rio, numa produção local.

Paneleiras: patrimônio cultural do Espírito SantoPorém, me surpreendi com a “tecnologia” utilizada para a fabricação destas panelas, com certeza de qualidade muito superior às que eu tenho aqui.

Paneleiras

O processo de produção não é simples, envolvendo diversas etapas. São mais de 4 séculos de conhecimento sendo repassado de geração em geração, tanto que hoje é reconhecido pelo IPHAM – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – como um Bem Cultural de Natureza Imaterial.

Hoje elas estão organizadas em uma associação, com sede em um galpão onde cada uma tem o seu espaço de produção e venda, o Galpão das Paneleiras.

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Paneleiras

Paneleiras

A primeira fase da produção é a extração da argila. Não são elas que pegam, mas elas compram de pessoas que vão ao local, extraem a argila, retiram as impurezas e as vendem em grandes bolas. Mas não é um barro qualquer, ele vem do Vale do Mulembá, ali mesmo em Vitória, no bairro Joana D’Arc.

O barro é armazenado no fundo do galpão, em local fechado, sem pegar sol. Para o uso o barro é pisado [amassado] e hidratado. Elas pegam o pedaço que necessitam e o modelam [também com a ajuda de cuité, um pedaço de cabaça] e a panela vai tomando forma. É incrível a facilidade e a velocidade com que as mãos moldam o barro!

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Paneleiras: patrimônio cultural do Espírito Santo

panela de barro

Depois da modelagem, as panelas passam por uma primeira secagem, para deixar o barro “enxugar”, como dizem.

O que fazer Espírito Santo

Depois desta primeira secagem, a panela é raspada para tirar as impurezas e imperfeições mais grosseiras e para dar um melhor acabamento, inclusive no arredondamento. Para isso podem usar, por exemplo, uma faca ou uma pedra. Após esta raspagem vem o polimento. Com uma pedrinha de rio, arredondada, as artesãs fazem as panelas ficarem mais lisas e brilhantes.

O que visitar Espírito Santo

Após o polimento e de totalmente secas, as panelas são queimadas [literalmente] ao ar livre, numa fogueira. Todas as peças são envolvidas em pedaços  de madeira, por baixo e por cima, e vão ao fogo até ficarem com um tom avermelhado, quando são retiradas com o auxílio de uma vara.

Roteiro

Aí vem a fase final: a pintura da peça, feita com uma vassourinha de um arbusto chamado muxinga, o qual as artesãs mergulham em tinta de tanino [obtido da casca de uma árvore do mangue] e vão batendo na panela. As panelas vão secando, absorvendo a tinta e ficando com a cor escurecida característica.

Paneleiras do Espírito Santo

Atrações

Turista Profissional

Se você está pensando em ir para o Espírito Santo, reserve um momento para visitar o Galpão das Paneleiras para ver como as panelas são feitas e, claro, para comprar alguma coisa.

Eu, logicamente, comprei a minha!

Boa viagem!

Informações úteis:

Endereço: Rua Leopoldo G. Salles, 55, Goiabeiras, Vitória – ES.

Funcionamento: de 3a a domingo, das 08 às 18h.

Telefone: (27) 3327-0519

Boa viagem!

Viajei a convite da Secretaria de Turismo do Espírito Santo e do Sebrae/ES.

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