Para quem pensa que a Amazônia é só para gringo, está enganado. Com as frequentes promoções de passagens aéreas é possível conseguir voos com boas tarifas para Manaus, nosso ponto de partida. Mas atenção, é preciso um certo espírito de aventura!
Eu escolhi ir num voo que saía da minha cidade de noite e cheguei em Manaus às 00h, para que no dia seguinte já pudesse começar meu passeio logo pela manhã.
Em seguida vou relatar um “resumo” do meu roteiro de 5 dias na Amazônia, para que você tenha uma ideia das possibilidades, e depois escreverei posts mais detalhados sobre alguns aspectos dessa viagem incrível à maior floresta do mundo.
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Roteiro de 5 dias na Amazônia
Roteiro Amazônia – DIA 1:
Por volta das 9h seguimos a pé em direção ao porto de Manaus, onde pegamos um barco rumo a nossa base na floresta. Foram quase 3 horas pelo Rio Negro. Esta é a época da cheia e no caminho passamos por cima da copa de muitas árvores. Pelo que tudo indica, este ano será a maior cheia que já houve por lá. Chegamos por voltas das 12h e depois do almoço saímos em uma espécie de canoa motorizada para conhecer os igapós próximos.
Confira => Destaques da Amazônia
Demos uma parada para tentar pescar piranha e, no fim da tarde, paramos nossa canoa no meio do rio, numa área com algumas copas de árvores, que é o local escolhido pelas andorinhas para dormir: é a verdadeira revoada dos pássaros. De princípio havia muito poucas, mas nosso guia garantiu que logo seriam milhares (segundo ele, às 18:04h eles começariam o show). E não é que os passarinhos são pontuais mesmo?! Eram milhares, rodando no ar e mergulhando nas árvores como se fossem mísseis: espetacular!!!
Já era noite e então, seguimos para uma focagem de jacaré.
Sensação incrível: noite fechada, num barquinho no meio de um rio enorme e “caçando” um jacaré, que possivelmente seria maior que nossa canoa. Não achamos o grandão (graças à Deus), mas conseguimos pegar um filhotinho. Valeu a aventura!!!
Super dica => De Manaus: Cruzeiro de 3 ou 4 Dias Rio Negro e Anavilhanas
DIA 2:
Logo de manhã saímos para uma caminhada de mais de 4 horas pelo meio da selva, conhecendo árvores, frutas e bebendo água de cipó (delícia).
Depois do almoço estávamos todos equipados para ter uma noite na selva. Seguimos em nossa canoa por horas, embrenhamo-nos por áreas alagadas: o cenário solitário era cinematográfico. Eis que, simplesmente, a área em que acamparíamos tinha sido coberta pela água de um dia para o outro: simplesmente sumiu do mapa!!! Nosso guia ainda tentou encontrar outro lugar, mas nada.
Então, qual seria o plano “B”?
Única opção: tentar dormir na varanda de algum ribeirinho, pois não poderíamos voltar para nosso hostel, já que não havia quartos para nós lá naquela noite, e também porque queríamos aventura. Ok, partimos para encontrar alguém que nos aceitasse.
Imperdível => Manaus: 2, 3 ou 4 Dias na Selva Amazônica com Acomodação
De repente, no meio daquela selva fechada e longe do rio principal, o motor da canoa pifou. Sim: PIFOU!!! No meio do nada, longe de qualquer chance de ajuda. Parece mentira, mas é a mais pura verdade.
Nossa tentativa, quase patética, foi cortar galhos de árvore e tentar remar até o rio principal (onde outros barcos passariam). Enquanto isso, nosso guia desesperado tentava consertar o motor. O silêncio era sepulcral!!! Só se ouvia os “remos” na água. Para nossa felicidade, José – o super guia – consertou o motor e conseguimos sair dali: uma alívio geral!!!
Logo depois, estávamos todos desesperados pra achar algo em que colocar os pés além da canoa, mas o José entrou com tudo no meio do mato, chegando a derrubar algumas pessoas com um galho que passou por cima da canoa, inclusive eu. Cena de comédia, com todo mundo desesperado. Ele sai da canoa, entra no mato, entra na água, sobe numa árvore e, momentos depois, volta com uma preguiça! Isso mesmo, uma preguiça! Ele a viu lá de longe, entrou no mato e a pegou pra gente tirar fotos. Linda!!!
Finalmente partimos para a casa de um ribeirinho – uma casa flutuante – que prontamente cedeu sua varanda para todo o grupo e sua esposa ainda preparou um excelente jantar com os ingredientes que tínhamos. Experiência ímpar, que relatarei em um outro post, pois merece riqueza de detalhes!!! Um verdadeiro turismos antropológico!!!
Antes do jantar, o dono da casa nos levou para uns drinks na comunidade próxima, em um bar (flutuante). E, por fim, passamos nossa noite numa rede, pendurada na varanda da casa flutuante de um nativo no meio da floresta. Um céu estrelado que doía, uma barulheira de sapos e outros bichos que nem ouso imaginar quais eram. Indescritível!!!
DIA 3:
Acordamos muito cedo, com o sol nascendo e com os botos cor de rosa pulando na nossa frente. Tomamos nosso café da manhã vendo esse espetáculo. As crianças da casa pulavam no rio para sua higiene matinal numa alegria que dava gosto de ver.
Então, fomos para um mergulho no rio junto com os botos. Infelizmente (ou não) o rio Negro é tão escuro (o que justifica o seu nome) que só vemos os botos quando eles vem bem à tona ou estão bem do nosso lado. De repente, sentíamos algum deles batendo em nossa pernas, mas logo eles se iam.
Em seguida fomos visitar uma aldeia indígena e tivemos a sorte de assistir um ritual deles.
Para terminar nossa manhã, curtimos uma “praia” de rio.
Depois do almoço, foi a hora de pegar o barco de volta para Manaus.
DIA 4:
Por volta das 9h, mais uma vez fomos para o porto e pegamos uma voadeira (lancha local) para ir ver o Encontro das Águas entre o rio Negro e o rio Solimões. O piloto da voadeira trabalhou com Jacques Cousteau, na época em que ele fez aqueles documentários na Amazônia!
Em seguida, fomos a casa de um riberinho que cria preguiça, jacaré, sucuris, pirarucus entre outros animais.
Para terminar o passeio da manhã, fomos ao Parque Ecológico Janauari, onde pudemos observar diversas vitórias-régias e um jacaré adulto.
Voltamos para Manaus. De tarde seguimos para a visita guiada ao Teatro Amazonas e depois para a feirinha de artesanato, loja de guaraná e ao Mercado (em frente ao Porto) comprar ervas.
De noite, na praça onde está localizado o Teatro há alguns barzinhos e restaurantes, e, também a barraca da Gisela, onde você poderá comer tacacá, comida típica com um sabor bem exótico.
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DIA 5:
Infelizmente, o dia de ir embora: comprinhas finais, últimas fotos e rumo ao aeroporto, para algumas boas horas de avião. Fim da aventura!!!
Como perceberam, fomos na época da cheia. Se quiserem ir na seca, setembro ou outubro é uma boa opção.
Dicas: se for viajar para lá em grupo ou em família, ao menos umas 4 pessoas, sai mais em contra chegar no porto e negociar um barco com algum pescador, do que contratar tours (que são bem caros em geral). Um barco médio, com cozinha, banheiro e com espaço para dormir (com redes ou colchonetes) pode ser conseguido por R$300 ou R$400 reais por dia, dependendo de seu poder de negociação. Eles podem ficar dias a sua disposição e te levar onde quiser. Algumas sugestões de destinos é ir até o arquipélago de Anavilhanas ou, se tiver mais tempo, até Novo Airão.
Bom, este post era para ser um resumo das aventuras, mas acabou ficando maior do que o esperado.
Em breve, detalhes de algumas dessas aventuras e mais dicas. Aguardem!!!
BoaS viagenS!!!!
Leia mais:
- O que fazer em Manaus
- Roteiro na Amazônia – dia 1
- Roteiro na Amazônia – dia 2
- Roteiro na Amazônia – dia 3
- Comidas típicas da Amazônia
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Ola Ana
Gostei!
Faz algum tempo quer ando pensando em fazer o q vc fez, comprar uma passagem em promoção e passar alguns dias em Manaus.
Gosto de fotografar, e minha pergunta é sobre suas fotos…
A ponte estaiada, onde fica?
Os indigenas, vc não falou nada sobre eles, as indigenas, parecem que estão “posando” para fotos, que não é natural, vc pode falar algo sobre eles ?
Parabens, grato
romario
Oi Romário! Que bom que gostou! A ponte de madeira fica na reserva ecológica, é o caminho para ver as vitórias-régias… E sobre os índios, eles não estavam posando não, rsrsrs… Ainda escreverei sobre isso, pois este posts foi apenas uma apresentação geral da viagem!
Abraços e boa viagem!!!
Oi Ana!!
Tô aqui sonhando com o seu roteiro! Emocionante… E que perrengue vocês passaram, deu até um nervoso aqui , durante a leitura! 🙂
Viajei a Manaus em família, meu marido é meio mole e não gosta muito de aventura.. Tudo que você passou, era o que eu queria vivenciar 🙂 Preciso retornar!!
Estou cheias de dúvidas!!
Como é essa base na floresta? Onde pegou indicações? É tão difícil achar conteúdo sobre Amazônia, e quando encontro é naquelas hospedagem de luxo na selva, super caras!!!
A sua experiência foi demais: rústica e natural.. Quero assim! 🙂
Outra: Como é essa história de chegar no porto e acertar com o barqueiro? Fazer tudo que você fez, com os barqueiros nativos? Como fica a segurança? Ai ai aiai, tô super ansiosa 🙂
Beijos
Oi Érika!!! Foi aventura MESMO!!!
Bom, a minha base foi um hostel bem barato e que inclui tudo, mas que tem MUITOs poréns… Por isso não indiquei aqui…
E sobre alugar na hora, é o ideal, mas só serve pra quem vai em família ou grupo, (no mínimo umas 4 pessoas). Isso é bem comum por lá e no porto vc encontra vários telefones… Me marido já morou lá (cuidava de macacos na selva, rsrsrs) e conhecia esse esquema. Só não fizemos desta vez, pq tínhamos pouco tempo e estávamos com nossas mães e alguns amigos…. Mas estamos planejando voltar ano que vem, pra ficar um 10 dias e alugar um barco pra subir até Novo Airão….
Bjs
Oi Ana, ótimo post, como sempre!!!!
Tenho uma curiosidade (uma não, várias), mas lá vai a primeira: quando os guias pegam as preguiças assim, como ele fez, é normal, ela já está acostumada ou pode machucar? São animais mansos? Eu acho que elas são tão lindas!!!!
Depois vou querer saber timtim por timtim dessa sua viagem 😀
bjsss
Te respondendo Rê: a preguiça é selvagem mesmo. O guia subiu no alto de uma árvore para pegá-la. Em geral, ela é mansa, o único perigo são as unhas, então, vc tem que segurá-la por trás, para que ela não consiga te abraçar. São muito lindas. Já a segunda preguiça do post era doméstica e vc podia abraçá-la normalmente: parecia um bebê, tenho mais de 40 fotos com ela. Fofinha!!! 🙂
Que legal, Ana! Perdi essa, hein?
Eu querooooo!!
Seria muito bom se pudéssemos ir juntas numa aventura por lá, por mais tempo…